No laudo médico consta que Pedro morreu por lúpus eritematoso Reprodução/Redes sociais – 26.07.2022

Com a voz embargada, Alessandra Valle contou ao R7 sobre a morte do filho, Pedro Henrique de Freitas Valle Nascimento, de 20 anos, que estava preso no CDP (Centro de Detenção Provisória) da Vila Independência, na zona leste de São Paulo. Ela afirma que ele morreu após ser picado por um escorpião na unidade. “Foi um total descaso, é uma dor insuportável”, disse.

Alessandra foi visitar o filho no dia 25 de junho, mas ele não foi até ela como de costume. Então, os amigos de Pedro a levaram para onde ele estava deitado, com o pé inchado e “chorando de dor”.

Pedro contou à mãe que havia sido picado por um bicho havia cinco dias, que tinha ido três vezes à enfermeria e apenas tinham dado parecetamol. Desde esta visita, Alessandra acionou a advogada e a administração da CDP para que ele fosse encaminhado para um hospital.

Dois dias depois Pedro foi ao hospital, onde passaram alguns remédios e encaminhado de volta à unidade prisional. Segundo a mãe relata, os profissionais não deram de maneira certa os medicamentos, e o problema do filho se agravou.

“Na última visita, o meu filho já estava na enfermaria, jogado no chão, foi quando eu pedi de novo para que ele fosse para o hospital”, explicou. Pedro foi encaminhado novamente para a unidade hospitalar, onde ele recebeu o atendimento e morreu.

“Se ele fosse um preso abandonado, tinha morrido lá mesmo. Os animais vivem melhor do que os presos na prisão “, relatou Alessandra.

Secretaria

Em nota, a SAP (Secretaria da Administração Penitenciária) diz considerar irreponsabilidade dizer que um preso custodiado no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Vila Independência faleceu após ser picado por um escorpião. A secretaria diz que a morte ocorreu por lúpus eritematoso, coagulação intravascular sisseminada, síndrome respiratória aguda grave e insuficiência renal aguda. 

Porém, de acordo com a defensora Mariana Borgherese, na esmagadora maioria das unidades, são muito comuns os casos de infestações de percevejos, baratas, ratos e outras pragas, que causam muitas doenças e mortes de presos. 

Pedro foi condenado em março deste ano e estava em regime semiaberto. Ele ainda estava na unidade prisional provisória porque aguardava vaga na cadeia.

*Estagiárias do R7, sob supervisão de Fabíola Perez e Márcio Pinho

By Evelyn

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *