"Péssimo serviço" à causa e à "democracia". Reações ao ataque a Cordeiro

Na sequência do ataque sofrido pelo ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, esta terça-feira, por parte de grupo de ativistas – que lhe atirou ovos com tinta -, durante a conferência sobre transição energética da CNN Portugal, várias personalidades políticas já reagiram, prestando a sua “solidariedade” para com o governante e condenando o ato de contestação.

O presidente da Assembleia da República condenou o ataque, considerando que prestaram “um péssimo serviço à causa” ambiental, causa essa que, segundo Augusto Santos Silva “bem precisa da nossa ação – democrática, consistente e efetiva”.

Ato contra Duarte Cordeiro? “Péssimo serviço” à causa ambiental

O presidente da Assembleia da República condenou hoje o ataque com tinta contra o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, por parte de ativistas climáticas, considerando que prestaram um péssimo serviço à causa ambiental.

Lusa | 13:27 – 26/09/2023

A deputada do Partido Socialista (PS), Isabel Moreira, considerou que “quem gosta da democracia e do Estado de direito defende a liberdade de expressão de todas e de todos” e não relativiza crimes”, enfatizando “o discurso da minissaia” da extrema-direita.

Ataque a Cordeiro? “A extrema-direita fica com o discurso da minissaia”

O ministro do Ambiente ia iniciar a sua intervenção, quando foi surpreendido por três ativistas que subiram ao palco para lhe atirar tinta verde.

Notícias ao Minuto | 12:31 – 26/09/2023

O porta-voz do partido Livre, Rui Tavares, vai mais longe e afirma que “estar solidário com uma causa não implica concordar com todos os métodos que cada ativista use” para a enfatizar, destacando que “para termos futuro neste planeta, a democracia precisa de ter futuro”, que também é uma responsabilidade de “todo e qualquer ativista que leve a sério a sua causa”.

Cordeiro. “Democracia também é responsabilidade de qualquer ativista”

O ministro do Ambiente participava numa conferência, realizada na manhã desta terça-feira, quando foi surpreendido por três ativistas que subiram ao palco para lhe atirar tinta verde.

Notícias ao Minuto | 14:50 – 26/09/2023

Por outro lado, a deputada do Chega, Rita Matias, declarou que Duarte Cordeiro “provou do próprio veneno” uma vez que “quem promove discursos apocalípticos só pode colher estes frutos”.

De recordar que Duarte Cordeiro ia iniciar a sua intervenção, quando foi surpreendido por três ativistas que subiram ao palco para atirar tinta verde ao governante.

O protesto foi reivindicado pelo grupo de estudantes “Primavera das Ocupas – Fim ao Fóssil” nas redes sociais.

“Sem futuro não há paz. Não têm legitimidade social para falar de crise climática. Um evento patrocinado pela GALP e pela EDP, a sério? O nosso futuro não é um negócio”, terão gritado no auditório.

“Este vai ser o último inverno de gás”, “Não permitimos que vendam o nosso futuro” e “a Galp e a EDP não querem saber da transição justa” foram outras das frases proferidas pelas jovens

Duarte Cordeio reagiu ao incidente, enquanto retirava a gravata. “Faz parte”, declarou.

A CNN Portugal avançou que as jovens foram intercetadas por agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP) e pela equipa de segurança do ministro. Foram depois retiradas da sala e a conferência foi interrompida brevemente, para o ministro trocar de roupa e a sala ser limpa.

O ministro retomou a sua intervenção – sobre as metas e as políticas públicas para a transição energética – alguns minutos depois, tendo sido retomada a conferência, e brincou com a situação. “Pelo menos na cor acertaram, porque é uma cor que eu aprecio”, afirmou Duarte Cordeiro, garantindo ter “compreensão por uma geração que quer fazer ouvir a sua voz que quer que o Governo acelerem aquilo que são as suas metas e quer procurar responder de forma mais objetiva”.

“Eu não me queixo de manifestantes, queixo-me de determinadas formas de manifestação, que são intolerantes e têm como objetivo calar os outros. Quem faz isso contribui para que esta causa perca apoio social, faz com que haja menos pessoas a apoiar a causa”, acrescentou.

“Eu não me queixo de quem vai para a rua reivindicar pelo seu planeta e pelo seu futuro, […] eu queixo-me de determinadas formas de manifestação que são intolerantes e têm como objetivo procurar, através da intolerância, calar os outros”, salientou ainda o ministro do Ambiente, sublinhando que o Governo considera que se deve “envolver as empresas no processo da transição [energética]”.

Pouco depois, os ativistas reagiram através de um comunicado, acusando Duarte Cordeiro de “compactuar com os criminosos” que estão a levar os jovens ao “colapso”. 

“Esta conferência é uma fachada para limpar a imagem das empresas que em Portugal estão a lucrar com as crises climática e de custo de vida. O ministro provou com a sua presença que prefere compactuar com os criminosos que nos estão a levar para o colapso do que garantir que nós, jovens que nascemos em crise climática, temos um futuro”, afirma Matilde Ventura, porta-voz da ação, através da nota.

Recorde o momento em que Duarte Cordeiro é atingido com ovos com tinta, aqui

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By Evelyn

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