Delegação do Hamas chega ao Egito para discutir proposta de trégua

Hoje, o conselheiro para a Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, reunir-se-á com o ministro dos Assuntos Estratégicos israelita, Ron Dermer, indicou uma fonte próxima, confirmando em parte informações veiculadas pela comunicação social.

A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 117.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza 26.900 mortos, quase 66.000 feridos e 8.000 desaparecidos, na maioria civis, de acordo com o último balanço das autoridades locais, e quase dois milhões de deslocados (mais de 85% dos habitantes), mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com toda a população afetada por níveis graves de fome, que já está a fazer vítimas, segundo a ONU.
Por seu turno, o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, regressará em breve ao Médio Oriente, numa altura em que os mediadores se esforçam por alcançar uma nova trégua na guerra entre Israel e o Hamas.
De acordo com fontes próximas das conversações citadas pela agência de notícias espanhola Efe, a delegação do Hamas reunir-se-á em breve com o chefe dos serviços secretos egípcios, Abbas Kamel, para “discutir um possível acordo de trégua que conduza à libertação dos reféns” mantidos pelo movimento islamita na Faixa de Gaza.
A 07 de outubro, combatentes do Hamas realizaram em território israelita um ataque de proporções sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.139 mortos, na maioria civis, e cerca de 250 reféns, 132 dos quais permanecem em cativeiro e 29 presumivelmente mortos, segundo o mais recente balanço das autoridades israelitas.
Segundo o ‘site’ da Internet Axios, o conselheiro norte-americano e o seu interlocutor israelita, considerado muito próximo do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, tencionam discutir, em Washington, o conflito na Faixa de Gaza e o seu desfecho.
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Em paralelo, os Estados Unidos estão a tentar impulsionar um plano para moldar uma arquitetura regional após a guerra, que envolve a criação de um Estado palestiniano, à qual Israel se opõe.
Nas reuniões será debatida a proposta de acordo apresentada pelo Qatar para um novo cessar-fogo e uma troca de reféns por prisioneiros palestinianos que se encontram em prisões israelitas, que Haniyeh afirmou na terça-feira que o movimento “está a analisar” e à qual “responderá em breve”.
Blinken, que já se deslocou quatro vezes à região desde o início da guerra, a 07 de outubro, partirá “nos próximos dias”, declarou um responsável norte-americano citado pela agência de notícias francesa AFP a coberto do anonimato, sem precisar que países o secretário de Estado visitará.
Em retaliação, Israel declarou uma guerra para “erradicar” o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre ao norte do território, que depois se estendeu ao sul.
Na sua última deslocação à região, no início de janeiro, Antony Blinken foi a Israel e a vários países árabes, entre os quais a Arábia Saudita, o Qatar e o Egito.
O Qatar, juntamente com o Egito e os Estados Unidos, lidera os esforços de mediação desde que a guerra eclodiu entre Israel e o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) — desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel.
“Desde pelo menos 1973, e até mesmo antes, que não assistíamos a uma situação tão perigosa como a que atualmente enfrentamos na região”, afirmou Blinken na segunda-feira, referindo-se à Guerra do Yom Kippur.
Na segunda-feira, em Washington, o secretário de Estado norte-americano falou de uma “verdadeira esperança” de libertação em breve dos reféns ainda mantidos pelo Hamas em Gaza desde o ataque a Israel, a 07 de outubro.

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