O cantor Warley Carvalho denunciou que foi agredido por policiais militares a mando de donos de uma transportadora de Senador Canedo. O homem diz que foi alvo de falsas acusações de furto de diesel na empresa em que trabalhava e as torturas e agressões ocorreram por conta de um crime que ele não cometeu. A namorada dele também foi vítima de violência pelos policiais. O caso ocorreu no início do mês de setembro e foi denunciado ao Ministério Público e Corregedoria da PM. A transportadora nega que tenha feito falsas acusações e afirma que o artista realmente furtou 2 mil litros de diesel.

Warley conta que estava trabalhando na transportadora Mundial como motorista. Em uma das entregas, ele deixou 20 mil litros de diesel em Ipameri. Ele alega que deixou a nota fiscal e toda a documentação que comprova a correta entrega aos clientes. Após a entrega, no dia 3 de setembro, os donos da empresa o acusaram de furtar 2 mil litros de diesel. Como forma de punição, acionaram um militar, marido de uma das donas, para resolver o suposto crime.

Agressões e torturas

O cantor narra que foi aí o início do pesadelo. Mesmo sem mandado ou qualquer prova que comprovasse o furto, quatro militares da CPE de Trindade passaram a torturá-lo dentro da transportadora. “Desligaram todas as câmeras e me algemaram. Me torturaram com saco plástico em minha cabeça, colocaram pano com água gelada, me atacaram com pontapés e socos. Diziam para eu contar uma história que nunca ocorreu”, relatou ao Madelyn News.

Segundo ele, as agressões foram tantas que o homem chegou a desmaiar. O cantor foi levado para fazer corpo de delito e os policiais informaram ao delegado da Polícia Civil de Senador Canedo que ele havia furtado e ainda reagido à abordagem. Warley acabou preso, pagou fiança de R$ 2 mil e saiu após 30 minutos detido.

Mais violência

No dia 4 de setembro, ele voltou na empresa para pegar documentos que provavam a sua inocência. Ele pediu, então, que a namorada entrasse no local para pegar a nota fiscal. No entanto, o militar, marido de uma das donas da transportadora, estava no estabelecimento e passou a agredir a companheira de Warley.

“Ele puxou o cabelo da minha namorada e apontou a arma para eu descer do carro. Me deu uma coronhada no rosto e atirou, mas Deus me protegeu e o tiro pegou na parede. Ele pegou nossos celulares e começou a torturar minha namorada para ela falar a senha. Ela chegou a vomitar sangue”, disse.

De acordo com o cantor, as agressões só pararam depois que ele chamou a Polícia. Ele conta que as gravações das últimas violências foram todas deletadas e, mesmo com provas das agressões, nada foi feito com o militar.

Warley afirma que sente as marcas do ocorrido até hoje. “A Polícia que deveria nos proteger fez um pesadelo em nossas vidas. Não durmo mais, só ando chorando nas madrugadas. Espero que a Justiça seja feita”.

O que diz a empresa

Em nota, a Transportadora Mundial disse que realmente houve o furto e informou que já existe um procedimento judicial em curso. Afirmou ainda que tomará as medidas judiciais cabíveis que o caso requer.