O impacto do IVA zero tem vindo a diminuir e há produtos quase 60% mais caros do que antes da implementação desta medida, de acordo com uma monitorização de preços da DECO Proteste. 

“No início, a isenção do imposto permitiu alguma poupança, com o preço do cabaz alimentar a descer para 127,81 euros a 17 de maio, data em que se assinalou o primeiro mês da medida. Contudo, nas semanas mais recentes, o impacto do IVA a zero por cento tem vindo a diminuir. Alguns produtos estão, inclusive, quase 60% mais caros do que antes de lhes ter sido retirado o imposto“, explica a organização de defesa do consumidor. 

A 8 de novembro, por exemplo, um quilo de brócolos custava já 3,79 euros, o que significa um aumento de 1,39 euros por quilo (mais 58%) em comparação com o preço do mesmo produto na véspera de o IVA zero entrar em vigor.

“Subidas como esta têm contribuído para aumentar o preço do cabaz alimentar com IVA zero monitorizado pela DECO Proteste desde abril. Na última semana, esta cesta passou a custar 137,78 euros. A 17 de abril, um dia antes de entrar em vigor a medida que isentou de IVA alguns bens alimentares essenciais, o mesmo cabaz custava 138,77 euros, apenas mais 99 cêntimos (mais 0,71%) do que custa atualmente”, explica a organização. 

De acordo com a DECO Proteste, “embora o IVA zero tenha contribuído para evitar uma subida ainda maior nos preços de alguns bens alimentares, noutros acabou por não se fazer notar face aos aumentos acentuados de uma semana para a outra”.

“É o caso da laranja, um dos produtos cujo preço mais subiu desde que a isenção de IVA entrou em vigor. A 8 de novembro, um quilo deste fruto custava já 2,07 euros, mais 70 cêntimos (mais 51%) do que a 17 de abril. No azeite virgem extra, o aumento foi de 29%. A 8 de novembro, uma garrafa de 75 centilitros custava já 9,72 euros, mais 2,20 euros do que na véspera da entrada em vigor do IVA zero”, pode ler-se. 

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