Os relatos de mulheres que sofreram tentativas de dopagem em carros de aplicativo têm se multiplicado, acendendo um alerta sobre a necessidade de proteção nestes espaços. Em entrevista recente ao R7, a toxicologista Luciana Toledo, do Ciatox (Centro de Informação e Assistência Toxicológica) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), explicou como se proteger nessas situações. Veja a seguir 

Para entender as formas de proteção, é preciso saber como as tentativas de dopagem podem ocorrer. As denúncias noticiadas pelo R7 dão conta de que as substâncias químicas foram dispersadas dentro do carro por meio do ar-condicionado, de um spray como se fosse álcool em gel e por um pote aberto dentro do veículo

“Provavelmente eles estão utilizando clorofórmio ou éter, que são solventes bem voláteis, ou seja, que passam do estado líquido para o vapor muito rápido. Então pela inalação [dessas substâncias] a passageira pode começar a apresentar, após alguns minutos, confusão mental, tontura e visão turva”, explica a especialista 

Use máscara PFF2 ou N95 ao utilizar carros de aplicativo. Este tipo de acessório de proteção ficou amplamente conhecido durante a pandemia de Covid-19, porque conseguem filtrar de forma mais efetiva o ar que será inalado, dificultando a inalação de substâncias tóxicas ou de vírus, por exemplo 

Mantenha as janelas do carro abertas durante todo o percurso. Como as substâncias usadas tendem a evaporar com rapidez, deixar as janelas abertas permite uma maior circulação de ar e ajuda a dispersar o produto químico, ao invés de mantê-lo concentrado dentro do veículo 

Tenha o próprio álcool em gel. Como medida de prevenção contra a Covid-19, os motoristas passaram a disponibilizar frascos de álcool em gel dentro do veículo, meio por onde as substâncias químicas também podem ser misturadas e intoxicar a pessoa que utilizar o produto. Por isso é importante que o passageiro tenha o próprio álcool em gel, para fazer a higienização das mãos sem o risco de intoxicação

Saia do carro assim que sentir o cheiro de produto químico. Caso a tentativa de intoxicação realmente aconteça, o odor das substâncias é forte e fácil de ser identificado. Neste caso, a passageira tem poucos minutos até que a intoxicação se inicie e ela comece a sentir os primeiros sintomas, como visão turva. “Tem que ter uma ação rápida, abrir a porta e sair, pedir para parar, porque nos próximos minutos pode ser que a passageira comece a sentir um mal-estar geral, até perder o nível de consciência”, explica a toxicologista

By Evelyn

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