O presidente Jair Bolsonaro criticou neste domingo (17) o ministro Alexandre de Moraes, vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por ter dado um prazo de 48 horas para que ele se manifeste sobre denúncias de que incitam violência política. O chefe do Executivo nacional disse que o magistrado quer provocá-lo e não está atrás de soluções.
“O cara em uma sexta-feira, dar 48h, ele quer provocar. Ele quer provocar, ele não quer o diálogo, não quer a solução. Parece que o espírito de Fidel Castro encarnou em alguém aqui no Brasil”, reclamou o presidente, comparando Moraes ao ex-presidente de Cuba, que comandou o país da América Central por mais de 30 anos.
Segundo Bolsonaro, o ministro “não pode agir sob ameaça”. “Ele tem que agir de acordo com os autos, e ali ele faz seus questionamentos, pede para que a Polícia Federal investigue mais. Ele quer intimidar quem? O que ele está buscando? Está buscando paz, tranquilidade e harmonia entre os poderes?”, questionou o presidente.
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O pedido de manifestação de Bolsonaro foi feito após parlamentares acionarem o TSE para que seja aberta uma investigação contra o presidente por incitação à violência política. O documento afirma que o presidente, nas lives e nas redes sociais, ameaça as instituições e o processo eleitoral, com apologia de crime, abolição violenta do Estado democrático de Direito e violência política.
A petição cita como exemplo o assassinato do guarda municipal e dirigente do PT Marcelo Arruda, em Foz do Iguaçu (PR), que morreu baleado durante a festa do seu aniversário, decorado com o temática do PT. O autor dos disparos foi o policial penal federal Jorge Guaranho.
Segundo Moraes, “nesse contexto de relevantíssimas consequências solicitadas pelos requerentes, torna-se necessária a prévia manifestação do representado, estabelecendo-se o contraditório”.
No documento enviado ao STF, os parlamentares pedem que Bolsonaro seja impedido de fazer discurso de ódio, sob pena de multa de R$ 1 milhão.