Títulos de renda fixa atrelados ao IPCA já oferecem até 7% de ganho real Pixabay

O ato de realizar uma aplicação financeira e conquistar uma rentabilidade de 1% todos os meses voltou a ser realidade para os investidores brasileiros que apostam na renda fixa. Os títulos, tão seguros quanto a caderneta de poupança, ganharam atratividade com a série de altas da taxa Selic, que alcançou o patamar de 12,75% ao ano na última semana.

Com os juros básicos no maior nível desde o início de 2017, o CDI (Certificado de Depósito Interbancário), que serve como referência para o mercado de renda fixa, alcançou 12,65% e devolveu o retorno de 12% todos os anos.

A busca por segurança aliada à boa rentabilidade da renda fixa motivou a maior captação para o segmento desde 2012 (R$ 89,1 bilhões), de acordo com estudo divulgado pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).

Para Jaqueline Benevides, analista de renda fixa da plataforma TC Matrix, o momento figura cada vez mais adequado para a aposta nos diversos títulos que oferecem rendimentos acima de 1% todos os meses.

“A diversificação é melhor dos cenários, mas os ativos pós-fixados se tornaram mandatórios dentro das carteiras dos investidores, porque eles conseguem surfar essa onda de aumento dos juros”, orienta ela.

A analista avalia que o momento atual proporciona até 17,5% de rendimentos anuais aos investidores da renda fixa. “É uma rentabilidade de renda variável com o investidor dormindo tranquilo, sem grandes oscilações”, destaca Jaqueline.

Francis Wagner, CEO do App Renda Fixa, destaca para a necessidade de ficar atento para se proteger da inflação ao comprar um título. “Os produtos de renda fixa mais vantajosos, considerando o cenário atual, são aqueles indexados ao IPCA ou IGP-M”, afirma ele ao citar opções que oferecem juros reais acima de 7%.

Wagner reforça ainda que, independentemente de qual for o título escolhido para investir, é importante ter atenção aos acontecimentos diários. “Qualquer mudança na economia, nas decisões do Banco Central ou no comportamento do mercado de capitais é motivo para o investidor reavaliar suas escolhas e fazer mudanças para não perder recursos ou ganhar menos do que poderia”, completa.

Já interessante, a atratividade da renda fixa deve ficar ainda melhor nos próximos meses, já que as projeções indicam para ao menos mais uma alta da taxa básica de juros, a Selic, neste ano. A decisão tem o objetivo de frear a inflação desenfreada que, nos 12 meses finalizados em abril, superou os 12% ao ano.

“Quando a gente chegar no primeiro semestre de 2023, quando a Selic deve começar a cair, se o investidor quiser manter esses títulos vai ter uma rentabilidade muito acima da taxa de juros atual. Se ele achar que o melhor é alocar em outro produto, ainda vai ter um ágil muito grande”, diz Jaqueline.

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