Paulo Cupertino, suspeito de assassinar o ator Rafael Miguel e os pais dele por discordar do namoro do rapaz com a filha, levou para a cadeia, na zona leste de São Paulo, uma mala que chamou a atenção da polícia.
Dentro dela, só havia praticamente o que usava para enganar a polícia: as roupas e acessórios, lentes de contato coloridas, tinta para cabelo e três chapéus. Tudo usado para os disfarces.
Cupertino também se passava por pintor, então levou também uma calça de uma grife importada com marcas de tinta e um par tênis. Ele usava também uma carteira de motorista com nome falso.
Desde ontem, Cupertino está preso no CDP (Centro de Detenção Provisória) do Belém, na zona leste de São Paulo, onde vai ficar por pelo menos 20 dias no regime de observação. Depois, poderá ter convívio regular com outros presos.
No último dia no hotel em que foi preso, Cupertino entrou com uma bengala e compras para despistar os agentes de segurança. Às 15h34, o suspeito chega ao quarto em que estava hospedado com chapéu, bengala e duas máscaras: uma preta e uma branca.
Trazia uma sacola com compras e uma xícara de café. Dezesseis minutos depois, ele foi preso por 4 investigadores. O suspeito mais procurado de São Paulo ficou pelo menos 15 dias no hotel, que fica a pouco mais de 4 km de onde ele, segundo o Ministério Público, assassinou o ator Rafael Miguel e os pais do jovem ator.
Após denúncia de um informante, os policiais fizeram campana até que prenderam Cupertino.
Cupertino estava muito diferente de quando praticou o crime. Na foto do documento falso, ele aparece apenas de bigode para despistar qualquer tentativa de identificação.
No braço direito, ele tem uma tatuagem grande de um peixe — no mesmo local, já tinha feito outros dois desenhos. No mundo do crime, a carpa é associada a uma facção criminosa de origem paulista — o PCC (Primeiro Comando da Capital).
Desde a prisão de Cupertino, vários advogados se apresentaram na delegacia e também no fórum oferecendo serviço de graça para o criminoso. Durante audiência de custodia, porém, ele dispensou outros 3 profissionais e optou por um defensor público.
Cupertino vai responder por três homicídios, com agravantes. Se condenado às penas máximas, poderá ficar preso pelo limite legal de 30 anos.