Secretário-geral da OTAN em cerimônia que marca o pedido de adesão da Suécia e da Finlândia Johanna Geron/Reuters – 18.05.2022

A Finlândia e a Suécia formalizaram nesta quarta-feira (18) os pedidos de adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), com a entrega da carta oficial ao secretário-geral da aliança militar, Jens Stoltenberg, em Bruxelas.

“O pedido que vocês apresentam é um passo histórico”, disse Stoltenberg ao receber a demanda formal de adesão, gesto que inicia um complexo processo de aprovação que enfrenta a resistência de um membro chave da aliança, a Turquia.

“Vocês são nossos sócios mais próximos e sua adesão à Otan aumentaria nossa segurança compartilhada”, acrescentou Stoltenberg ao final da breve cerimônia na sede da organização.

“Os aliados agora vão considerar os próximos passos para o caminho à Otan. Os interesses de segurança de todos da aliança devem ser levados em consideração e estamos determinados a trabalhar em todos os problemas e chegar a conclusões rápidas”, disse.

O pedido de adesão dos dois países acontece em um contexto marcado pela guerra na Ucrânia e, embora Stoltenberg tenha declarado que espera uma resposta rápida, o processo pode enfrentar mais obstáculos que o esperado.

A Turquia já deixou claro que é contra a entrada dos dois países na aliança militar, em particular a Suécia, porque Estocolmo impõe sanções contra seu governo.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, chegou a sugerir que Finlândia e Suécia nem deveriam enviar delegações para negociar a adesão.

“Dizem que virão à Turquia. Virão para nos persuadir? Que nos desculpem, mas é melhor que não se incomodem”, disse.

Além disso, Finlândia e Suécia rejeitam os pedidos turcos de extradição de pessoas que Ancara considera integrantes de “organizações terroristas”.

O chanceler turco, Mevlut Cavusoglu, deve se reunir nesta quarta-feira em Nova York com o secretário de Estado americano, Antony Blinken.

Na  última terça-feira (17), a Rússia expulsou dois diplomatas finlandeses e anunciou sua saída do Conselho do Báltico, um fórum de países da região do Mar Báltico que tem sede em Estocolmo.

O governo russo justificou a saída do Conselho por considerar que os países ocidentais “monopolizam” o grupo para seus objetivos conjunturais, “em prejuízo para a Rússia”.

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