Depois de José Carlos Malato e Rui Oliveira Nunes se terem expressado nas redes sociais sobre a polémica relativa à TAP que levou à demissão de dois membros do governo, Alexandra Esteves e Pedro Nuno Santos, também Ana Garcia Martins comentou o sucedido no Instagram.

“Esta barracada que se está a passar na TAP é um embaraço do princípio ao fim (só para não dizer ‘uma vergonha de todo o tamanho’), mas há aqui duas coisas que me preocupam”, começa por escrever.

“1- Acharem que o jornalismo em Portugal morreu e que já ninguém faz trabalho de investigação. Do género ‘podemos fazer o que quisermos, à socapa, porque nunca ninguém vai descobrir’. Problema: às vezes descobrem. Neste caso, em específico, foi o Correio da Manhã que deu a notícia que, até ver, já levou à queda de uma secretária de Estado e de um ministro. Mas e o que não se chega a descobrir (porque, enfim, os jornais têm meios cada vez mais limitados e nem sempre dá para manter jornalistas exclusivamente alocados à investigação e a seguir informações de fontes)? Quantas e quantas e quantas trafulhices e ilegalidades não acontecem sem que nunca cheguemos a saber delas? E enquanto quem ocupa os mais altos cargos vá passando alegremente pelos pingos da chuva“. 

“2- Que nos tomem a todos por estúpidos. E isto é o que me consome mesmo a sério. Este sentimento de impunidade generalizado que grassa no sistema político, esta coisa do chico-espertismo, este sacudir a água do capote quando há merd*. Porque quando vem a lume, nunca ninguém sabe de nada, mesmo que as trafulhices sejam óbvias aos olhos de toda a gente, assim como as relações altamente privilegiadas e duvidosas, os conluios, os encobrimentos. Abre-se uma investigação só para não dizer que não se fez nada, promete-se que serão apuradas responsabilidades para evitar que volte a acontecer, se a pressão for mesmo muita (ou a escandaleira demasiado óbvia) demite-se uma secretária de estado só para também não dar assim aquela cana toda, e pronto, assim vamos andando, até à próxima. Que, por este andar, está mesmo ao virar da esquina. E, meus amigos, isto não tem a ver com cores políticas, porque a intrujice é uma cena transversal, mas porra, tem sido demais. Enfim. ‘Habituem-se’, não é?“, completa. 

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By Evelyn

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