Canal do TSE no Telegram
Alan Rios/R7

Nos primeiros dias de funcionamento do canal do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no Telegram, o órgão, que está em campanha para combater as fake news, recebeu manifestações negativas. A rede social permite que os usuários enviem reações em formas de emojis para cada mensagem. Em todas as sete publicações do TSE no Telegram — que vão desde informações sobre fundo partidário até dicas de como acessar fontes confiáveis —, o emoji de “cocô” é o mais enviado.

A recém-inaugurada página do TSE tinha 787 inscritos até domingo (22). A postagem do Tribunal com maior número de reações negativas foi feita na última quinta-feira (19), quando o órgão publicou que “o combate às fake news é uma das prioridades da Justiça Eleitoral” e disponibilizou “ferramentas para levar informação verdadeira sobre o sistema eleitoral brasileiro”.

O TSE e o aplicativo assinaram um acordo em que o Telegram se compromete a realizar seis ações para evitar a interferência de desinformações nas eleições deste ano. A primeira, já em prática, foi a criação do canal do Tribunal na plataforma com uma verificação de autenticidade. Já um dos principais itens firmados, está a futura funcionalidade de marcação de conteúdos com informações falsas, para advertir sobre postagens com notícias que não são verídicas.

O documento é firmado no ano em que a empresa virou alvo de determinações de bloqueio pelo STF e movimentou debates públicos. Em 18 de março, o ministro Alexandre de Moraes notificou a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) para impedir o aplicativo de funcionar no Brasil, alegando que representantes do Telegram não responderam aos contatos do Judiciário brasileiro para tratar do combate a fake news.

A ação acabou revogada dois dias depois, quando a plataforma fez contato para solucionar as questões, mas já havia gerado uma série de críticas de autoridades. O presidente Jair Bolsonaro disse que a decisão podia até “causar óbitos”, pois a plataforma é utilizada para contatos entre médicos, pacientes e hospitais. O vice-presidente Mourão classificou a determinação de Moraes como censura.

Bolsonaro, inclusive, publicou uma mensagem com informações sobre um suposto ataque de hackers contra o TSE e teve a postagem apagada pelo Telegram, por decisão de Moraes, também em março. Apoiadores do presidente avaliaram o pedido de bloqueio do aplicativo e a exclusão da mensagem como uma perseguição política. O R7 mostrou que Bolsonaro tinha 13 vezes mais inscritos do que todos os outros pré-candidatos somados à época. Atualmente, a conta do presidente no Telegram tem 1.336.031 inscritos. 

By Evelyn

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