Custos e movimento internacional impactaram na alta dos preços aos produtores Piqsels

A inflação dos produtos vendidos na “porta da fábrica”, sem impostos e frete, acelerou para 3,13 em março, após alta de 0,54% apurada em fevereiro, apontam dados divulgados nesta quinta-feira (28) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Com a variação positiva, o IPP (Índice de Preços ao Produtor) acumula alta de 18,31% nos 12 meses até março, nível menor do que o do mês anterior (20,02%). No acumulado do ano, os preços da indústria aumentaram em 4,93%, abaixo do verificado no primeiro trimestre de 2021 (13,92%).

Em março, 16 das 24 atividades das indústrias extrativas e da transformação apresentaram alta. As maiores influências vieram de refino de petróleo e biocombustíveis (1,23 ponto percentual), alimentos (0,71 ponto percentual), indústrias extrativas (0,61 ponto percentual) e outros produtos químicos (0,57 ponto percentual).

“Essas quatro atividades responderam por 3,12 ponto percentual, praticamente todo o índice”, ressalta Manuel Campos, gerente do Índice de Preços ao Produtor. Ele explica que esse aumento dos preços aos produtores em março se deu muito em função dos custos e do movimento internacional, começando com o preço do barril de petróleo.

“Quando aumenta o preço do barril, aumenta o preço dos derivados. Os preços do setor de refino de petróleo e biocombustíveis aumentaram em 10,84% em março, com destaque para o óleo diesel e gasolina”, avalia Campos.

De acordo com o pesquisador, as variações também aumentam os preços nas indústrias extrativas, pois o óleo bruto de petróleo é uma commodity com preço cotado no mercado internacional. No mês, os preços nas indústrias extrativas tiveram um aumento de 10,69%, a terceira alta consecutiva.

Já o setor de outros produtos químicos teve alta de preços de 5,75%, maior desde outubro de 2021, quando alcançou 6,42%. “Os resultados observados estão ligados principalmente aos preços internacionais, com impacto nos custos de aquisição das matérias-primas, especialmente dos produtos ligados a adubos e herbicidas, que foram responsáveis por mais de 90% do aumento do setor”, destaca Campos.

No caso da indústria de alimentos, houve aumentos nos preços das carnes de aves, resíduos de soja e leite. “A variação do setor alimentar foi de 3,01% e este é o setor de maior peso na pesquisa, aproximadamente 23%”, explica o gerente.

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