“Oh Yana, oh minha filha. Minha querida, minha pequena.” Foi assim que Olena Rikhlitska se despediu, pela última vez, da sua filha única, Yana, de 29 anos, que se tinha voluntariado para prestar cuidados médicos às tropas ucranianas, numa altura em que o país continua ‘a braços’ com a invasão russa.

No local, pairava a angústia, ilustrada pelos gritos e pelas lágrimas daqueles que se juntaram na cidade natal desta jovem, Vinnytsia, para a despedida.

Há pouco mais de uma semana, a Associated Press tinha filmado Yana Rikhlitska num hospital de campanha nos arredores de Bakhmut, onde a médica voluntária estava encarregue da missão de cuidar de soldados feridos em combate. Hospital esse que foi, entretanto, completamente destruído pelas forças russas, no decorrer das suas tentativas para capturar a cidade.

Uns dias depois, reporta o meio de comunicação social citado, Yana apareceu morta, tal como outro médico, na sequência de um bombardeamento que ocorreu entre o hospital de campanha em questão e a linha da frente de batalha.

Na última homenagem a esta jovem de 29 anos, amigos, colegas e familiares reuniram-se para lembrar aquela que viam como uma pessoa cheia de vitalidade e com uma vontade inata para ajudar os outros.

“Ela era realmente amigável e bondosa”, lembrou Viktor Fateyev, de 39 anos, um colega da empresa de Tecnologias da Informação onde, anteriormente, Yana trabalhava, no departamento de recursos humanos. E acrescentou: “Ela era como uma mãe para todos nós”.

Yana Rikhlitska passou uma temporada no Brasil antes da invasão russa sobre a Ucrânia, que se iniciou a 24 de fevereiro de 2022. Porém, logo no início da investida militar, optou por regressar ao país de origem, tendo imediatamente começado a angariar fundos e a trabalhar como voluntária para ajudar no esforço de defesa ucraniano. Não demorou muito até que optasse por tornar-se médica na linha da frente.

Este é apenas um dos milhares de óbitos contabilizados no contexto da invasão russa sobre a Ucrânia, que tirou a vida a mais de 8.000 civis e feriu mais de 13.000 em território ucraniano, segundo os mais recentes cálculos da Organização das Nações Unidas (ONU).

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By Evelyn

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