Futebol confuso. Brasil ganhou graças a um pênalti precipitado em Richarlison. Neymar cobrou Issei Kato/Reuters – 6.6.2022

São Paulo, Brasil

29 minutos do segundo tempo.

Um lance esporádico.

Endo chegou atrasado na dividida dentro da área. Ao perceber que Richarlison já armava o chute de esquerda, não houve saída a não ser colocar seu pé direito, provocando o pênalti.

Neymar, dono de todas as cobranças de penalidades no time de Tite, cobrou e marcou.

Brasil 1 a 0.

Marcou 415 gols na carreira.

São 73 gols pela Seleção. Nada menos do que 19 de pênalti.

Vitória sofrida, tensa, de futebol fraco, contra o Japão, em Tóquio.

Com futebol confuso, instável.

Experiências frustradas pelo próprio treinador.

Primeiro, Tite sabotou Vinicius Junior.

De maneira inacreditável, o treinador da Seleção o colocou para atuar centralizado, para que Guilherme Arana tivesse todo o lado esquerdo para atacar.

Depois, Neymar teve toda a cumplicidade de Tite para prender a bola, tentar toques desnecessários de calcanhar, dribles para trás, atrapalhando vários contragolpes.

O treinador, de maneira inexplicável, fez cinco substituições, e negou sequer um minuto para Danilo em campo. Deixando claro o quanto o treinador não quer abrir espaço para atletas que não sejam ‘suas’. Contra a Coreia do Sul já não tinha colocado o melhor jogador do Brasil nem no banco de reservas. Absurda proteção aos ‘seus escolhidos’.

A escolha, sem propósito, de Tite colocar Vinicius Junior no meio, diante de uma seleção fraca, mas absolutamente obediente taticamente, que atuou no rígido 4-5-1, foi sabotagem. Ele não tinha espaço para dar suas arrancadas, mostrar seu futebol exuberante do Real Madrid. 

Tite tem essa cruel disposição. Quando ele é muito pressionado para convocar jogadores que não se encaixam no seu sistema tático, o treinador os coloca em outras funções, que não fazem nos clubes. E acaba fazendo com que não consigam render. O que o deixa a vontade para não chamá-los mais ou torná-los figuras decorativas. É uma atitude inaceitável.

Foi assim com Bruno Henrique, que vivia sua melhor fase da carreira. Tite sabia que ele é especialista na ponta esquerda. O fez jogar na direita. Gabigol só rende quando tem espaço para ‘flutuar’ pelo ataque. Tite o deixa preso, enfiado entre os zagueiros. Everton Ribeiro virou um excelente meio-campista pela direita. Onde o técnico brasileiro o colocou para atuar? Na esquerda.

E assim, seguiu durante a preparação, queimando jogadores.

O que fez hoje com Vinicius Junior foi revoltante. Ele fez com que atuasse ao lado de Neymar, com os dois correndo pelo mesmo setor. O jogador do Real Madrid ficou encaixotado na marcação japonesa e sem oxigênio para correr pela ponta esquerda, por onde foi fundamental para o seu time espanhol ganhar a Champions League. Não. Porque o setor tinha ‘dono’. O lateral Guilherme Arana. Beira o inacreditável. 

Quanto a Danilo, volante do Palmeiras, não há cabimento. Ele desfalcou o Palmeiras de jogos importantíssimos no Brasileiro, contra o Santos e diante do Atlético Mineiro. Fez o melhor jogador atuando no país ir para o outro lado do mundo. Para não figurar nem banco de reservas contra a Coreia e hoje não entrar um minuto sequer diante do Japão. Não, porque o jogador de confiança de Tite para a posição, é o intocável Fred. 

Detalhe: o Brasil fez seis substituições. Seis! E Danilo não foi testado.

By Evelyn

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