Em declarações à agência Lusa, a diretora artística do Operafest, a soprano Catarina Molder, realçou que o festival, nos jardins do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), continua a atrair novos públicos para a ópera e que este é “uma montra de novos talentos” portugueses.

Nesta edição, as pessoas vão poder comprar “rifas operáticas”, habilitando-se a 10 minutos de ópera na sua casa ou no local de trabalho.

Ao mote escolhido, ‘Entre o Céu e o Inferno’, “entre os prazeres e os medos mais profundos, existe uma questão transversal, da condição feminina, da expiação e da culpa feminina, que é como se expiasse os males do mundo, e também a luta pela emancipação feminina e os direitos das mulheres”, disse Molder.

“Este ano, em vez de um grande clássico temos três grandes clássicos, arrancamos logo com a ‘Carmen’, de Bizet, e um grande clássico para o público do futuro, ‘A Flauta Mágica’, de Mozart, na versão em português de Alexandre Delgado – juntamos aqui a força de um grande clássico para chegar a novos públicos para a ópera”, disse a diretora artística do evento, acrescentando que o terceiro é ‘Suor Angélica’, de Puccini.

De seguida, dá-se a estreia, em 26 de agosto, de ‘Rigor Mortis’, de Francisco Lima da Silva, uma adaptação do conto “Casa Mortuária”, de Domingos Monteiro, protagonizada por Catarina Molder. O espetáculo volta à cena no dia seguinte.

‘A Flauta Mágica’, de Mozart, sob a direção musical do maestro Tiago Oliveira, sobe à cena nos dias 2, 3 e 5 de setembro, sempre às 21:00.

Molder realçou ainda a estreia em Portugal de uma meio-soprano “em ascensão, uma artista muito interessante”, a alemã Kristina Stanek, em “Cármen”, que vai estar em cartaz nos dias 18, 19, 21, 23 e 25 de agosto.

Esta produção, sob direção musical do maestro luso-polaco Jan Wierzba, marca a estreia como encenador de ópera do ator e encenador Tónan Quito.

Uma das novidades este ano é o ciclo ‘Cine-Ópera’, que se apresenta na Cinemateca Portuguesa, também em Lisboa, e que salienta “os contágios e evocações entre cinema e ópera”.

“Eu costumo dizer que a seguir à ópera veio o cinema”, referiu Catarina Molder, que apontou o compositor Richard Wagner como o criador do conceito de banda de sonora.

Este ciclo interage com a programação operática, apresentando filmes como ‘A Flauta Mágica’ (1975), de Ingmar Bergman, e ‘Os Canibais’ (1988), de Manoel de Oliveira, que “criou um novo paradigma, foi a primeira vez que um grande realizador criou uma ópera que só pode ser vista em filme”.

No ano do centenário do nascimento da soprano Maria Callas (1923-1977), é ainda exibido o documentário ‘Maria by Callas’ (2017), de Tom Volf.

A soprano Maria Callas, que “tornou o canto lírico mais universal que a ópera, que ainda hoje conquista públicos para a ópera”, é o tema de uma conferência pelo musicólogo Rui Vieira Nery, no dia 07 de setembro.

Deste ciclo faz parte projeto ‘Máquina Lírica’, aulas de canto para amadores, que acontecem dias 26 e 27 de agosto na Sociedade de Instrução Guilherme Cossoul.

No âmbito do ciclo ‘Ópera satélite’ é apresentada no dia 1 de setembro, no Teatro Romano, a performance ‘Forças Ocultas’, por Gustavo Sumpta.

Também neste ciclo, Inês Thomas Almeida leciona um ‘curso livre’, intitulado ‘À descoberta da Ópera’, nos dias 4 e 6 de setembro.

A “maratona ópera XXI” com o título ‘Grandes Cantores para a Ópera de Hoje’ realiza-se no Centro Cultural de Belém, no dia 6 de setembro.

O Opera Fest encerra no dia 09 de setembro, a partir das 22:00, como tradicionalmente, com uma “‘rave’ operática” no jardim do MNAA.

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By Evelyn

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