De acordo com a agência de informação financeira Bloomberg, os credores da dívida soberana do Gana, uma das nações africanas que entrou em Incumprimento Financeiro no ano passado, aceitaram uma troca desta dívida de 4 mil milhões de dólares, cerca de 3,7 mil milhões de euros, que estende a maturidade dos pagamentos em troca de um pagamento maior no final do prazo, libertando margem orçamental no imediato para a implementação de um programa de reformas económicas.

“Os fundos de pensões concordaram em trocar 29,6 mil milhões de cedis (2,6 mil milhões de dólares, cerca de 2,4 mil milhões de euros) dos 31 mil milhões de cedis em títulos existentes por duas novas emissões com maturidade em 2027 e 2028; os novos instrumentos pagam um cupão total de 21%, o que compara com a taxa média de 18,5% nos títulos antigos, ao abrigo de uma estrutura financeira especial que garante que os fundos de pensão não perdem quaisquer verbas”, explica a Bloomberg, citando o Ministério das Finanças do Gana.

Além desta troca dos títulos atuais, os investidores também concordaram trocar outros títulos soberanos, no valor de 741,7 milhões de dólares (687 milhões de euros), por duas novas emissões que vão pagar cerca de 3%, acrescentou o Governo, enfatizando que estes instrumentos serão fundamentais para atingir as condições impostas pelo FMI para o programa de assistência financeira ao Gana.

O Gana tinha decidido recorrer ao FMI e tinha concluído em dezembro com a instituição um pré-acordo para obter 3 mil milhões de dólares, cerca de 2,7 mil milhões de euros, de empréstimos nos próximos três anos, sob condição de encetar um ambicioso programa de reformas económicas.

No entanto, o país teve de dar garantias sobre a sustentabilidade da sua dívida para que o programa pudesse chegar à fase de deliberação pelo conselho de administração, algo que aconteceu em maio, com o programa a ser aprovado, mas sempre dependente do andamento das condições macroeconómicas do país, em particular relativamente ao nível de sustentabilidade da dívida.

O Gana é um dos maiores produtores de cacau e ouro e tem também reservas de gás e petróleo, mas o peso da sua dívida disparou com a subida dos preços alimentares e energéticos, a que se somou o aumento das taxas de juro e o consequente encarecimento da sua dívida.

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By Evelyn

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