Datada de 1973, na obra o historiador definiu o comportamento humano baseado nas ações e nas consequências que têm para os outros.

Para Carlo Cipolla (1922-2000), “o grande perigo da humanidade é a estupidez e os estúpidos”, disse à Lusa João de Brito, responsável pela criação, encenação e dramaturgia da peça, que vai estar em cena na sala Estúdio daquele teatro até 09 de julho.

Os estúpidos “são as pessoas que conseguem prejudicar-se a si próprias e aos outros e, infelizmente, proliferam por toda a sociedade”, acrescentou João de Brito, citando Carlo Cipolla.

Ao decidir pôr em cena este texto filosófico e político, 50 anos depois de ter sido escrito, o criador pôs a ação a decorrer num talho, chamando várias artes para acompanhar o espetáculo.

Miguel Graça no texto, Noiserv na música e Vítor Ferreira no desenho digital acompanham João de Brito na interpretação de ‘As leis fundamentais da estupidez humana’, numa peça que propõe uma reflexão sobre os tempos atuais e sobre a estupidez.

Neste ensaio, Carlo Cipolla criou as mencionadas leis com base em cinco específicas: A primeira é que cada pessoa subestima sempre o número de indivíduos estúpidos em circulação; a segunda é que a probabilidade de uma certa pessoa ser estúpida é independente de qualquer outra característica dessa mesma pessoa.

A terceira é que os seres humanos se enquadram numa de quatro categorias essenciais: os estúpidos, os bandidos, os tansos e os inteligentes; a quarta é que as pessoas não estúpidas desvalorizam sempre o potencial nocivo das pessoas estúpidas e a quinta é que as pessoas estúpidas são o tipo de pessoa mais perigosa que existe.

“Isto é claro que tem um lado de ironia e de brincadeira, mas também é uma crítica social muito forte”, sublinhou João de Brito, diretor artístico do Lama Teatro sobre a sua criação.

A personificar a peça estão três talhantes em três momentos diferentes, como se fossem três atos: o momento em que se prepara a abertura da loja, o momento em que o talho abre ao público e o momento em que a superfície fecha para almoço e não volta a abrir.

A peça vai estar em cena até 09 de julho, com récitas de quarta-feira a domingo, às 19h00.

Com adaptação e apoio à dramaturgia de Miguel Grac¸a, a peça tem sonoplastia e apoio à criação de Noiserv e desenho digital ao vivo de Vi´tor Ferreira.

A cenografia é de F. Ribeiro, os figurinos de José António Tenente, o desenho de luz de Jorge Ribeiro, numa produção do Lama Teatro, em coprodução com o Teatro da Trindade.

A 11 de junho, após o espetáculo, haverá conversa com o público.

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By Evelyn

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