O filme ‘Mal Viver’, de João Canijo, venceu hoje o Uso de Prata do Prémio do Júri do 73.º Festival de Cinema de Berlim, competição para a qual viu selecionadas duas longas-metragens interligadas, que tiveram estreia em secções distintas: ‘Mal Viver’, na competição oficial, e ‘Viver Mal’ na secção Encontros, dedicada a “novas visões cinematográficas”.

“Canijo já tinha sido objeto de uma distinção extraordinária este ano, ao ter não um mas dois filmes selecionados para este festival que — a par de Cannes e de Veneza — está entre os três mais importantes do mundo”, afirma o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, numa mensagem escrita enviada à agência Lusa.

‘Mal Viver’ e ‘Viver Mal’ compõem duas histórias que funcionam em espelho, acrescentando mais uma camada ao complexo retrato da sociedade portuguesa que Canijo tem vindo a construir desde o final dos anos 1980″, escreve Adão e Silva, concluindo que a obra do realizador “mostra bem que o cinema português é fonte insubstituível de conhecimento e de imaginação sobre o país que somos.”

O filme ‘Mal Viver’ “é a história de uma família de várias mulheres de diferentes gerações, que arrastam uma vida dilacerada pelo ressentimento e o rancor, que a chegada inesperada de uma neta vem abalar, no tempo de um fim de semana”, segundo a sinopse da obra. ‘Viver Mal’ segue em paralelo àquela história, centrando-se nos hóspedes que passam pelo hotel.

O elenco conta sobretudo com mulheres, com Rita Blanco, Anabela Moreira, Madalena Almeida, Cleia Almeida, Vera Barreto, Filipa Areosa, Leonor Silveira, Lia Carvalho, Beatriz Batarda, Leonor Vasconcelos e Carolina Amaral, às quais se juntam Nuno Lopes e Rafael Morais.

A produtora Midas Filmes descreve os filmes como “um dos mais ambiciosos empreendimentos artísticos dos anos mais recentes” no percurso de João Canijo.

Ambos estreiam-se nos cinemas portugueses a 11 de maio.

João Canijo já tinha estado presente noutros festivais de cinema, como Cannes, com ‘Noite Escura’ (2004), Veneza, com ‘Mal Nascida’ (2007) e San Sebastian, onde venceu dois prémios com ‘Sangue do meu Sangue’ (2011).

No seu discurso, Canijo agradeceu à equipa de produção e distribuição, assim como à equipa que consigo criou o filme, “composta quase completamente por mulheres”, nomeando em especial a diretora de fotografia, Leonor Teles.

Em 2016, Leonor Teles conquistou o Urso de Ouro do Festival de Berlim, na competição de curtas-metragens, com ‘Balada de um Batráquio’.

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By Evelyn

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