Ditador Jong-un deseja farmácias mais bem abastecidas para luta contra Covid STR/KCNA via KNS/AFP – 15.5.2022

A Coreia do Norte é um país fechado e com poucos aliados. Durante a pandemia de Covid-19, a falta de contato com o resto do mundo deixou de ser só uma questão geopolítica para ser também uma medida para evitar a entrada do vírus em território norte-coreano.

O plano do comandante do país, Kim Jong-un, deu perfeitamente certo por dois anos, mas sucumbiu ao desfile de 90 anos do exército da Coreia do Norte, realizado no final de abril. Segundo fontes internacionais, mais de 20 mil pessoas passaram, pelo menos, dois meses em Pyongyang se preparando para o evento, que pode ter espalhado o vírus pelo país.

Segundo o pesquisador Yang Moo-jin da Universidade de Estudos Norte-coreanos, a Covid pode ter chegado ao país a partir da fronteira com a China, que enfrenta um surto da doença em Xangai, principal centro financeiro chinês. O governo comunista de Xi Jinping é um dos poucos aliados que Jong-un possui.

No início deste ano, norte-coreanos aliviaram temporariamente as restrições na fronteira com a China, permitindo um grande fluxo comercial terrestre. O regime de Jong-un sofre com as sanções impostas por Estados Unidos e aliados, catalisada pela pandemia.

De acordo com a agência estatal KCNA, pelo menos 50 norte-coreanos morreram de “febre” nos últimos dias. Outros 1.213.550 estão doentes com sintomas similares aos da Covid-19 e 564.860 estão sob tratamento médico.

As mortes e o crescimento no número de casos levaram à primeira aparição pública de Jong-un usando máscaras desde o início da pandemia.

 

 

Pontos críticos para a doença na Coreia do Norte

Equipes de limpeza tentam exterminar vírus em ambientes públicos do país

Equipes de limpeza tentam exterminar vírus em ambientes públicos do país Kim Won Jin/AFP – 26.9.2021

 

 

Os mais de 25 milhões de habitantes da Coreia do Norte não tiveram acesso a nenhuma das vacinas produzidas contra a Covid-19, tanto de laboratórios do Ocidente como de farmacêuticas do Oriente.

De acordo com a revista americana Time, o governo de Pyongyang recusou doses do programa internacional de compartilhamento de vacinas Covax. Apesar das decisões de Jong-un, o governo da China afirmou na última quinta-feira (12) que está pronto para ajudar os norte-coreanos.

Outro ponto que pode ser determinante para o enfrentamento da doença no país é a incapacidade do sistema de saúde da Coreia do Norte para testagem em massa. Diferente dos vizinhos chineses, o governo de Pyongyang não teria meios logísticos de confinar a população e testar pessoas próximas aos que contraíram a doença.

Também de acordo com a agência estatal norte-coreana, Jong-un ordenou que o Exército Popular do país estabelecesse “imediatamente o fornecimento de medicamentos na cidade de Pyongyang”. O ditador também teria dito que “os pedidos não foram devidamente atendidos e os medicamentos não foram fornecidos às farmácias”.

Na contramão do mundo, a Coreia do Norte pode estar começando a viver tardiamente a trágica situação que a Covid-19 levou ao resto do globo desde 2020. Como no início da pandemia, Pyongyang tentar traçar estratégias para conter a doença e frear o avanço no número de mortos e infectados.

By Evelyn

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