Marcha das Mulheres Negras contra o Racismo e Violência em novembro de 2015 PNUD/Tiago Zenero

Neste 25 de julho, celebram-se os 30 anos do Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-americana e Caribenha. A data tem o objeivo de dar visibilidade às mulheres afrodescendentes e promover políticas públicas que possam melhorar sua qualidade de vida e acabar com o racismo. Sua origem é o 1° Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-Caribenhas, na República Dominicana, em 1992, que discutiu demandas políticas. 

No Brasil, 25 de julho é o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. Líder do quilombo de Quariterê, localizado no Mato Grosso, no século 18, a figura é um símbolo da resistência contra a escravidão.

Tereza de Benguela, símbolo da luta contra a escravidão no Brasil

Tereza de Benguela, símbolo da luta contra a escravidão no Brasil Reprodução

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a região da América Latina e do Caribe é uma das regiões mais desiguais do mundo e tem o racismo e o sexismo como elementos muito presentes na desigualdade socioeconômica das mulheres negras e nas inúmeras violações que sofrem. 

A ONU explica que “as taxas de pobreza em famílias chefiadas por mulheres afrodescendentes são cerca do dobro daquelas chefiadas por mulheres não afrodescendentes no Brasil, Equador e Peru, e triplicam no Uruguai”. Além disso, a população negra, especialmente as mulheres, sofre desproporcionalmente com a pobreza, o trabalho infantil e a violência.

A falta de análises e dados mais elaborados sobre esse recorte feminino traz a “invisibilidade estatística”, que dificulta o avanço de políticas públicas.

A ONU Mulheres, que se dedicada à igualdade de gênero, aponta que é necessário analisar os diferentes contextos e múltiplas formas de discriminação que impactam as mulheres afrodescendentes para encarar as desigualdades estruturais que precisam ser enfrentadas. 

“Na América Latina e no Caribe, mais de 18 milhões de pessoas realizam trabalho doméstico remunerado, dos quais 93% são mulheres. Mais de 78% dessas pessoas atuam na informalidade, o que representa 11,4% das mulheres ocupadas na região”, ressalta uma publicação da organização. A principal recomendação da entidade para promover os interesses dessa parcela da população é promover sua participação nos espaços de decisão.

By Evelyn

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *