Cirurgia aconteceu em clínica particular de BH Reprodução/Google Street View

A Polícia Civil instaurou um inquérito para investigar a morte de uma engenheira após uma cirurgia plástica, no último dia 8, em uma clínica particular, no bairro Santa Efigênia, na região Leste de Belo Horizonte.

Júlia Moraes Ferro, de 29 anos, colocou prótese de silicone nos seios e passou por uma lipoaspiração no abdômen. Quase depois de seis horas do procedimento, foi levada para um quarto, sentindo mal. Foi o que disse a mãe da paciente, Patrícia Carneiro de Morais.

“A cirurgia demorou mais do que o previsto e ninguém me dava notícia de nada”, contou, ainda em estado de choque. Segundo Patrícia, a filha foi levada no mesmo dia para um hospital particular, de onde foi transferida quase cinco dias depois para outro hospital que atendia pelo plano de saúde de Júlia. Ela ficou menos de duas semanas internada e teve um quadro irreversível de morte encefálica. Agora, a mãe quer uma explicação para o que aconteceu.

“Minha filha era saudável, fazia academia, cuidava da alimentação”, disse Patrícia, que enterrou Júlia na última segunda-feira, em João Monlevade, na região Central. Antes do sepultamento, ela ainda atendeu dois pedidos da filha, não realizou velório e doou todos os órgãos.

Sonho

Patrícia lembrou que a filha sonhava com a plástica desde a adolescência e que fazia questão de um dia trabalhar e pagar pela cirurgia. “Ela saiu de férias na quinta-feira (7) e na sexta-feira (8) foi para a clínica. Estava tranquila, sem nervosismo”, disse. Júlia estava acompanhada do namorado, de uma prima e uma tia, no dia do procedimento. A família procurou a delegacia de homicídios e registrou um boletim de ocorrência.

No próximo dia 27 de maio, Júlia completaria 30 anos. A mãe, ainda abalada, conta que não dorme desde a morte da filha e que esteve na casa onde ela morava, em Santa Bárbara, na região Central, e encontrou um vazio no imóvel. “No chão, vi as botas que ela usava para trabalhar em uma mineradora, em Mariana, na mesma região. Eu não sei o que aconteceu, quero uma explicação, justiça”, cobrou Patrícia. ´

O médico cirurgião, Rodrigo Nelson, que realizou o procedimento, não foi encontrado até a publicação desta matéria para se manifestar sobre o caso.

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