“O objetivo é abri-la em 2024. Nós estamos em conversações com a Câmara de Matosinhos e do Porto, estamos de facto a olhar para essa matéria”, disse João Galamba, que respondeu aos deputados na Assembleia da República, na discussão na especialidade do Orçamento do Estado para o próximo ano.

O governante respondia a uma pergunta do deputado José Carlos Barbosa (PS), que exigiu que “é mesmo preciso abrir” a passageiros, em 2024, a Linha de Leixões, circular ferroviária do Porto.

No entanto, o ministro ressalvou que “não é só abrir” a linha, mas “é preciso repensar as estações hoje, porque estão desfasadas da densidade e dos sítios onde os passageiros embarcam”.

“É preciso repensar isso, para que no serviço de passageiros aconteça o que aconteceu em 2010”, quando a linha abriu fora das necessidades dos passageiros e sem “grande procura”.

Ainda assim, João Galamba assinalou que “é importante reabrir” a linha ferroviária circular do Porto aos passageiros, sendo objetivo do Governo reabri-la “o mais rapidamente [possível]”.

“Com frequências não de um [comboio] por hora, mas mais”, assegurou.

Para o ministro, “a complementaridade, a intermodalidade entre sistemas de transporte é determinante e deve ser pensada como um todo”.

Na intervenção de abertura, o ministro das Infraestruturas já tinha dito que “há todas as condições para avançar com as empreitadas de modernização da ligação ao Porto de Setúbal e da linha de Leixões”.

No caso de Leixões, o projeto apenas contempla o transporte de mercadorias, mas o ministro garantiu que o Governo está a trabalhar ativamente com a IP, a CP — Comboios de Portugal e os municípios “para criar condições à introdução, no ano de 2024 se possível, de serviços de passageiros”.

Em agosto, a CP apresentou um estudo manifestando-se pronta a reativar o serviço de passageiros na Linha de Leixões até Leça do Balio (Matosinhos), partindo de Campanhã, se forem construídas paragens (pela Infraestruturas de Portugal) no Hospital São João e Arroteia.

Por estação, a procura estimada é de 502 mil passageiros por ano para Campanhã, 24,5 mil para Contumil, 123 mil para São Gemil, 444 mil para o Hospital São João, 132 mil para São Mamede de Infesta, 115 mil para a Arroteia e 49 mil em Leça do Balio.

Numa segunda fase, o objetivo da CP é estender o serviço até Guifões e à estação terminal de Leixões, com interface com o metro em Custió-Araújo, mas na apresentação não houve referências à ligação às linhas de metro Vermelha e Violeta, com destino à Póvoa de Varzim e Aeroporto, respetivamente, nem à Azul, no Senhor de Matosinhos.

O presidente da Lionesa, Pedro Pinto, defendeu que a Linha de Leixões deveria ser reaberta a passageiros para descongestionar a Via de Cintura Interna (VCI), funcionando como “uma via de cintura interna não destinada aos automóveis, mas à ferrovia”, já que, segundo da empresa, “isso levaria a uma redução do volume do trânsito automóvel de 20%”.

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By Evelyn

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