Eleitor com o dedo na tecla confirmar da urna

Nova urna eletrônica, que será usadas nas eleições de 2022 Abdias Pinheiro/SECOM/TSE – Arquivo

No Distrito Federal, as disputas pelo governo local e pela cadeira no Senado ainda não têm favoritos. Um dos nomes competitivos para a candidatura ao Buriti, o senador Reguffe (União Brasil) ainda não decidiu a que cargo vai se candidatar. As vitórias judiciais do ex-governador José Roberto Arruda (PL), que podem torná-lo elegível a tempo do pleito, embaralham ainda mais o cenário.

À frente nas pesquisas, o governador Ibaneis Rocha (MDB) observa atento às articulações. No campo do chefe do Executivo local, os aliados brigam para saber quem será o candidato a vice. Segundo fontes próximas, porém, ele deixará para escolher o imediato somente quando houver maior definição sobre o cenário.

Outra decisão judicial que interfere no desenho da campanha é a condenação em segunda instância do senador Izalci Lucas (PSDB), que também disputaria o governo local. A Justiça considerou o parlamentar culpado de desviar, em 2009, 20 computadores doados pela Receita Federal e pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e que seriam usados em programas sociais. Os equipamentos estavam no comitê eleitoral de Izalci à época.

Para a cadeira do Senado, além de Reguffe, podem concorrer as ex-ministras de Bolsonaro Flávia Arruda (PL) e Damares Alves (Republicanos), que devem disputar um eleitorado muito parecido. O também ex-governador Paulo Octávio (PSD) é outro que estuda disputar a vaga. A lista inclui, ainda, o ex-senador Gim Argello (Pros), que só baterá o martelo sobre a pré-candidatura após uma definição a respeito de Arruda. Os dois últimos esperam se beneficiar com a pulverização dos votos.

No PSD do DF, presidido por Paulo Octávio, as candidaturas poderão passar por mudanças, também a depender da presença de Arruda na disputa. Outro nome do campo na corrida pelo Senado é o da deputada federal Paula Belmonte (Cidadania-DF), próxima de Reguffe e que o apoia para o Buriti.

 

 

O Fator Arruda

José Roberto Arruda

José Roberto Arruda Andre Dusek/Estadão Conteúdo – 6.5.2010

 

 

Nas últimas duas semanas, o ex-governador Arruda conseguiu vitórias no Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro André Mendonça enviou para a Justiça Eleitoral dois dos processos que o tornam inelegível. Em um deles, Arruda foi considerado culpado por falsificar notas fiscais para justificar o recebimento de dinheiro e, em outro, por oferecer dinheiro a uma testemunha para favorecê-lo em depoimento.

Com a mudança de competência, as condenações contra o político foram canceladas, e as ações voltam a tramitar desde o início. Existem outras duas condenações em segunda instância contra Arruda, no processo do Mensalão do DEM e no caso da empresa Linknet, que fornecia programas de computador e equipamentos de tecnologia ao governo mesmo depois do fim do contrato.

O advogado de Arruda, Paulo Emílio Catta Preta, pediu a prescrição dessas ações com base na lei 14.230/2021, que alterou os prazos e trâmites nos casos de processos de improbidade administrativa. O STF, porém, ainda precisa julgar se a nova legislação pode ser aplicada retroativamente.

Oposição fracionada

O campo da oposição no DF também enfrenta indefinições. O PT, por exemplo, segue com a disputa interna entre os pré-candidatos Geraldo Magela e Rosilene Correia. Depois da definição da Executiva Nacional que o candidato ao Buriti seria Leandro Grass (PV), as duas alas do diretório local passaram a disputar qual será o nome para o Senado.

O PSB trabalha para lançar Rafael Parente ao Buriti. Contudo, o ex-governador Rodrigo Rollemberg, que é do partido, articula para que Reguffe dispute pelo senado em uma chapa com Parente. Rollemberg já reuniu Parente, Reguffe e até Grass em busca de uma solução que una o PSB à federação PT-PV-PCdoB no DF. O PDT segue isolado, com a senadora Leila do Vôlei como candidata ao Executivo.

A federação PSol e Rede também já tem seus candidatos. A conselheira tutelar Keka Bagno (Psol) disputa o Buriti. Já o ambientalista Pedro Ivo, um dos fundadores da Rede, ficará com a disputa pelo Senado. O R7 apurou que a reunião dos partidos de oposição em torno de uma candidatura única ao Senado seria possível com a candidatura da deputada federal Érika Kokay (PT) para a vaga.

O PT, porém, não vai arriscar. No cálculo do partido, Érika tem votos suficientes para se reeleger na Câmara e ainda tem potencial para puxar outros nomes, entre eles o do distrital Reginaldo Veras (PV).

By Evelyn

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *