Investigação aponta grupo criminoso montado para fraudar decisões judiciais
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Uma organização criminosa composta por oito advogados, dois ex-policiais e um juiz está sendo investigada por fraudar decisões jurídicas, em Goiás. O grupo supostamente inventou filhos herdeiros para roubar milionários.
Entre as vítimas estavam pessoas vivas e mortas que tiveram contas bancárias zeradas de uma hora para outra. O prejuízo causado já soma pelo menos R$ 18 milhões. As investigações indicam que o grupo realizava fraudes processuais para levantar dinheiro de heranças ou contas bancárias milionárias sem movimentação no país.
Esquema fraudulento
O Ministério Público divulgou como funcionava o esquema. Primeiro, um grupo se apresentava como personagens de uma história mentirosa para pedir reconhecimento de paternidade. Os advogados, oito no total, cuidavam dos falsos processos; dois ex-policiais escolhiam as vítimas, sempre milionárias e que não movimentavam a conta bancária há um bom tempo.
A principal peça do esquema era o juiz. De acordo com a denúncia do MP, no topo dessa estrutura engenhosa está o Juiz de Corumbá de Goiás, Levine Raja Artiaga. A Procuradoria-Geral de Justiça de Goiás realiza um levantamento das decisões do juiz Levine, e os promotores que combatem o crime organizado encontraram pelo menos 43 ações suspeitas. Em seis delas, segundo o MP, foram comprovados vários crimes. Entre eles, corrupção.
A pena pelos crimes cometidos pelo juiz, Levine Raja Artiaga, poderia chegar a 240 anos de prisão. Ele já foi afastado duas vezes do cargo. Por meio de uma nota enviada ao programa “Fantástico”, a defesa de Levine alega que o juiz foi vítima da quadrilha e a falsificação dos documentos não era perceptível. Sobre o pedido de aposentadoria por problema de saúde, esclarece que está em fase de perícia.
Na próxima quarta-feira, a Corregedoria do Tribunal de Justiça de Goiás vai decidir o futuro da carreira de Levine.