Imóveis comprados recentemente são vistos como oportunidades de investimento Fernanda Carvalho/Fotos Públicas

Das pessoas que compraram um imóvel residencial nos últimos 12 meses, 47% classificam a aquisição como uma forma de investimento. E desses, 78% têm interesse na obtenção de renda com o aluguel do imóvel adquirido, enquando apenas 2% pensam em lucrar com a revenda. Isso é o que mostra parte dos resultados da pesquisa “Raio-X FipeZAP+: Perfil da demanda de imóveis”, referente ao primeiro trimestre de 2022.  

Realizada em conjunto pela Fipe e pelo ZAP+ desde 2014, a pesquisa investiga questões relativas ao mercado imobiliário, com foco nos compradores e investidores de imóveis residenciais. Nos três primeiros meses de 2022, um dos destaques  observados foi a tendência de diminuição da parcela de compradores (53%) que declara ter a intenção de destinar o imóvel para moradia. No primeiro trimestre de 2021, esse número era 61%, mas já tinha caído para 58% nos últimos três meses do ano passado. 

Na pesquisa, são chamados de “compradores” os indivíduos que compraram pelo menos um imóvel residencial nos últimos 12 meses. As pessoas que têm imóvel adquirido há mais de 12 meses são classificadas como “proprietários”, e os que pretendem realizar a compra nos próximos meses são considerados “clientes em potencial”. Participação da última fase do estudo, entre os dias 11 e 28 de abril, 1.537 respondentes, que são usuários ativos dos portais ZAP+ e Viva Real. Desses, 13% foram enquadrados no grupo dos “compradores”, 41% foram classificados como “compradores em potencial”, e 23% declararam ser “proprietários”.  Algumas pessoas estão em mais de um grupo.

Do total dos participantes, 51% afirmaram ser do gênero feminino, e 49%, do gênero masculino. A maioria (72%) tinha 41 anos de idade ou mais, e 64% afirmaram ter renda familiar mensal igual ou inferior a R$ 10 mil. Nessa situação está grande parte dos indivíduos dos grupos “compradores potenciais” (66%) e “proprietários” (58%). 

Além do interesse em usar o imóvel como investimento, os “compradores” apresentam a maior proporção de integrantes com renda domiciliar mensal igual ou superior a R$ 10 mil (54%). Esse é um grupo que está crescendo em representatividade: o percentual permaneceu praticamente estável em relação ao trimestre anterior (13%), mas superou em três pontos percentuais o resultado do 1º trimestre de 2021, que era de 10%, e em dois pontos a participação média histórica, de 11%. Os homens são maioria entre os “compradores” (57%), e também entre os “proprietários” (51%). Já os “compradores potenciais” têm 53% de mulheres, e assim como os “proprietários”, a maioria tem renda inferior a R$ 10 mil.

Esses dois grupos também priorizam a moradia: dos “proprietários”, 77% pretendem destinar o imóvel para moradia, e desses, 74% vão dividir a casa com outra pessoa. Dos “compradores potenciais”, somente 10% declararam a intenção de usar o imóvel como investimento. Na comparação com as outras categorias, essa é a menos interessada em lucrar com o aluguel, pois 23% dos “proprietários” afirmaram ter comprado um imóvel como uma forma de investimento, e 47% dos “compradores” classificaram sua compras como a mesma finalidade.

A pesquisa mostra que o interesse na obtenção de renda de aluguel tem crescido paulatinamente desde o final de 2019, alcançando o patamar de 73% entre as aquisições realizadas pelos respondentes em março de 2022. Por outro lado, a aquisição do imóvel com a expectativa de revenda está em trajetória declinante entre os que se declaram investidores, encerrando a série histórica em 27%, a mais baixa desde 2014.

By Evelyn

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