“A maior parte das pessoas tem orgulho em a Caixa ser rentável e devolver dinheiro ao Estado. Um artigo de várias personalidades dava como exemplo a gestão da Caixa, dizendo que se a TAP tivesse a gestão da Caixa era uma empresa perfeitamente viável, o que eu acredito. Que haja pelo menos 1.200 milhões de euros [dividendos relativos a 2022 e 2023] que vão para os cofres do Estado, para este decidir como quer aplicar, acho que veem com orgulho”, afirmou Paulo Macedo.

O gestor tinha sido questionado sobre como acha que os portugueses olham para os quase 1.000 milhões de euros de lucros apresentados pelo banco público quando muitas famílias têm dificuldades em pagar os créditos devido ao aumento dos juros.

Já outros portugueses, acrescentou Paulo Macedo, “estão profundamente contra lucros”.

“Há portugueses que não gostam de lucros e se for de empresas grandes ainda pior”, vincou.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) apresentou hoje lucros de 987 milhões de euros entre janeiro e setembro, mais 43% do que no mesmo período de 2022. A margem financeira (a diferença entre os juros cobrados no crédito e os juros pagos nos depósitos) foi de 2.090 milhões de euros, mais 1.179 milhões de euros do que nos primeiros nove meses de 2022.

A CGD disse hoje que espera pagar ao Estado em 2024 dividendos de 461 milhões de euros referente aos resultados deste ano.

Macedo disse que em geral se fala de lucros e não dos dividendos pagos e que, referente a 2023, a CGD pagou “dois milhões de euros de dividendos por dia”.

Os dividendos pagos foram 352 milhões de euros em dinheiro e 361 milhões de euros em espécie relativa à passagem para o Estado do edifício-sede (em Lisboa).

Questionado sobre o aviso tanto do Fundo Monetário Internacional (FMI) como do Banco de Portugal de que os bancos devem ser cautelosos na distribuição de lucros, aproveitando os resultados positivos também para reforçarem capital, Macedo afirmou que a CGD está bem capitalizada.

“Relativamente a ‘buffers’ [almofadas financeiras para prevenir eventuais perdas] o Banco de Portugal está bastante tranquilo connosco”, disse.

Já questionado sobre se a CGD está interessada em comprar o Novo Banco, Macedo disse que o banco público não está interessado, mas que perante o excesso de capital que tem ou o devolve ao Estado ou investe.

“Respondemos como todos os bancos, não estamos. Estamos focados em crescer, em melhorar a qualidade de serviço”, afirmou.

Contudo, acrescentou, “quando há capital a mais ou se devolve ao Estado ou se investe” e que é isso que a CGD fará, mas realçando também que “os investimentos da Caixa têm implicações distintas dos de outros bancos”

Leia Também: Principais bancos em Portugal com menos 307 trabalhadores no último ano

By Evelyn

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *