“Há sinais muito claros em como as condições de segurança estão criadas”, disse o ministro dos Recursos Minerais e Energia, Carlos Zacarias, em declarações aos jornalistas à margem do oitavo conselho coordenador daquele ministério, que decorre na cidade de Lichinga, província do Niassa, norte de Moçambique.

Acrescentou que “neste momento, o Governo e a TotalEnergies estão a trabalhar” para que o desenvolvimento do projeto de gás natural na Área 1 da bacia do Rovuma, norte de Moçambique, seja reativado “o mais depressa possível”.

O consórcio liderado pela petrolífera francesa ativou a cláusula “força maior”, suspendendo os trabalhos de construção da fábrica que vai produzir gás natural liquefeito, após um ataque por insurgentes armados ao distrito de Palma, perto do perímetro do empreendimento, em 24 de março de 2021.

Carlos Zacarias disse não poder “avançar com uma data específica” para o regresso do consórcio da TotalEnergies às obras para a implantação da fábrica, mas enfatizou que a retoma será “o mais breve possível”.

“Naturalmente, não vamos falar numa data específica, uma vez que há mais variáveis e há mais componentes que têm que ser asseguradas”, sublinhou.

O ministro dos Recursos Minerais e Energia declarou que decorrem contactos com a TotalEnergies para que as pequenas e médias empresas moçambicanas tirem o máximo proveito das oportunidades de negócios que vão ser geradas, quando o consórcio voltar a Palma.

Relativamente ao projeto de produção de gás natural liquefeito que já está a ser implementado, nas água do Rovuma, por um consórcio liderado pela multinacional italiana Eni, o ministro dos Recursos Minerais e Energia manifestou satisfação com o ritmo da atividade do empreendimento, salientando o facto de o mesmo já estar a exportar este recurso.

Moçambique tem três projetos de desenvolvimento aprovados para exploração das reservas de gás natural da bacia do Rovuma, classificadas entre as maiores do mundo, ao largo da costa de Cabo Delgado.

Dois desses projetos têm maior dimensão e preveem canalizar o gás do fundo do mar para terra, arrefecendo-o numa fábrica para o exportar por via marítima em estado líquido.

Um é liderado pela TotalEnergies (consórcio da Área 1) e as obras avançaram até à suspensão por tempo indeterminado, após o ataque armado a Palma, em março de 2021, altura em que a energética francesa declarou que só retomaria os trabalhos quando a zona fosse segura.

O outro é o investimento ainda sem anúncio à vista liderado pela ExxonMobil e Eni (consórcio da Área 4).

Um terceiro projeto concluído e de menor dimensão pertence também ao consórcio da Área 4 e consiste numa plataforma flutuante de captação e processamento de gás para exportação, diretamente no mar, que arrancou em novembro de 2022.

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By Evelyn

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