A Prefeitura de Belo Horizonte informou, nesta quinta-feira (28), que a clínica particular onde a engenheira Júlia Moraes Ferro, de 29 anos, foi operada ainda estava sem alvará sanitário. Apesar da falta da habilitação, o município afirma que o espaço poderia funcionar. A jovem morreu após se submeter a uma lipoaspiração no abdômen e o implante de próteses no seios, no último dia 8.

Júlia Ferro sonhava com as cirurgias Reprodução / Record TV Minas

“Após vistoria da Vigilância Sanitária, foi constatado que a Clínica cumpriu todos os requisitos classificados como críticos e de maior risco, ficando pendentes apresentação de documentos, que se enquadram como itens de menor risco. Nesta situação, o processo de liberação de Alvará Sanitário permanece em andamento, com as atividades podendo ser realizadas”, informou a Secretaria Municipal de Saúde. A pasta ainda acrescentou que já tinha uma nova vistoria marcada para o local.

De acordo com a pasta, para a liberação do documento, é necessário que as clínicas atendam 100% dos itens de inspeção classificados como críticos, 80% dos de maior risco e 60% dos de menor risco.

A Polícia Civil abriu um inquérito para investigar as circunstâncias do óbito, assim como o CRM-MG (Conselho Regional de Medicina. A  Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Regional Minas Gerais também acompanha o caso. Segundo o órgão, o cirurgia estava devidamente registrado e tem título de especialista em cirurgia plástica.

Procurada, a Clínica Sebastião Nelson lamentou o ocorrido e disse que o atendimento dado à paciente foi dentro dos padrões previstos. “Como já é da nossa rotina de cuidados, esclarecemos que toda assistência à Julia foi prestada, tanto nos momentos pré e pós-operatórios, quanto no decorrer do procedimento. Júlia apresentou exames que comprovaram plena condições para a realização da cirurgia e foi informada quanto aos riscos que todo procedimento médico invasivo apresenta”, informou em nota.

“Durante e após a cirurgia, a paciente foi o tempo todo assistida pela equipe médica composta, inclusive, por médica anestesista que esteve integralmente ao lado da paciente. O prontuário de Júlia foi entregue imediatamente no ato da solicitação feito pela família”, completou a clínica.

A morte

Júlia Moraes Ferro, de 29 anos, colocou prótese de silicone nos seios e passou por uma lipoaspiração no abdômen. Quase depois de seis horas do procedimento, foi levada para um quarto, sentindo mal. Foi o que disse a mãe da paciente, Patrícia Carneiro de Morais.

“A cirurgia demorou mais do que o previsto e ninguém me dava notícia de nada”, contou, ainda em estado de choque. Segundo Patrícia, a filha foi levada no mesmo dia para um hospital particular, de onde foi transferida quase cinco dias depois para outro hospital que atendia pelo plano de saúde de Júlia. Ela ficou menos de duas semanas internada e teve um quadro irreversível de morte encefálica. Agora, a mãe quer uma explicação para o que aconteceu.

By Evelyn

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *