Grupo seduzia as crianças afirmando ser de uma agência de modelos Divulgação/Polícia Federal – 28.04.2022

A Polícia Federal realiza, na manhã de quinta-feira (28), a Operação Abusou, no município de Itajaí, em Santa Catarina, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa que atua na produção, disponibilização e comercialização de fotos e vídeos de crianças e adolescentes, principalmente brasileiras, em poses sensuais e eróticas, direcionados à pedofilia em sites do exterior.

Além de sequestro e bloqueio de bens, estão sendo cumpridos dez mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva, todos expedidos pela 1ª Vara Federal de Itajaí. A ação ocorre em endereços da organização, situados em Balneário Camboriú (SC), Santana do Parnaíba (SP) e nas capitais dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul.

Segundo apurado na investigação, desde o ano de 2001, garotas eram convencidas a serem filmadas e fotografadas com roupas de banho sob a promessa de que o material seria utilizado para agenciamento de modelos em trabalhos de moda e publicidade, além do argumento de que as fotos seriam exigência das empresas.

Entretanto, as imagens, nomes e perfis de redes sociais eram vendidas na deepweb, por meio de sites na internet controlados pelo grupo, em países como a República Tcheca, Estados Unidos e Rússia.

Também foi identificado que essas imagens eram comentadas e compartilhadas por indivíduos que expressavam interesse em abuso sexual infantil e também em fazer contato com as garotas.

O principal fotógrafo do grupo é também acusado da prática de crimes sexuais e de induzir as modelos a trocarem de roupa em seu carro e em seu estúdio fotográfico, onde haveria espelhos e câmeras estrategicamente posicionadas para registrá-las nuas.

Mais de 120 crianças e adolescentes brasileiras, com idades que variam entre quatro e 18 anos, foram identificadas até o momento. O fotógrafo investigado foi preso preventivamente na quinta (28).

Cerca de 200 mil arquivos de imagens e vídeos estão sendo analisados pelo Serviço de Repressão a Crimes de Ódio e Pornografia Infantil da Polícia Federal, em Brasília (DF), que atua na investigação.

Dez pessoas foram indiciadas pelos crimes de organização criminosa, violação sexual mediante fraude, importunação sexual, assédio sexual, registro não autorizado da intimidade sexual, disponibilização de material pornográfico e estupro de vulnerável.

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