A vila de Ostelsheim, no sul da Alemanha, elegeu um refugiado sírio como presidente, no domingo, dia 2 de abril, conta o The Guardian.
Ryyan Alshebl, de 29 anos, chegou à Alemanha como refugiado, em 2015, deixando para trás todos os seus pertences na cidade de As Suwayda, no sul da Síria.
Agora, é responsável por uma vila de 2.500 habitantes, localizada na região de Baden-Württemberg, depois de ter sido eleito com 55,41% dos votos.
Ryyan Alshebl candidatou-se como independente e tinha o apoio do Partido Verde. Aos meios de comunicação social locais descreveram a campanha eleitoral como “extremamente positiva” e a eleição como “sensacional”.
“Hoje fizemos história”, declarou no domingo aos jornalistas, salientando que “a pequena vila” de Ostelsheim enviou com esta eleição uma mensagem de tolerância para toda a Alemanha.
Quem é Ryyan Alshebl?
Ryyan Alshebl, que deixou a Síria em 2015, quando tinha 21 anos, para não ter de prestar serviço militar num país em guerra, atravessou o Mediterrâneo num pequeno barco, junto com outros refugiados, até chegar à ilha grega de Lesbos. Posteriormente, pediu asilo à Alemanha.
Hoje tem nacionalidade alemã e está bem integrado na sociedade que o recebeu. Quando chegou ao país aprendeu a língua e fala agora fluentemente alemão.
Após um estágio numa autarquia vizinha de Ostelsheim, Ryyan Alshebl decidiu tirar um curso de assistente administrativo e há sete anos que trabalha na área.
Filho de uma professora e de um engenheiro agrónomo, na Síria Ryyan tinha começado a tirar o curso de Finanças e Gestão Bancária, mas nunca terminou devido à eclosão da guerra. No site oficial da campanha, o sírio explica que a sua família é drusa – uma minoria religiosa que evoluiu do islamismo e que hoje representa cerca de 3% da população da Síria – mas que hoje em dia não pratica nenhuma religião.
Durante o seu mandato Ryyan quer aumentar o número de vagas nas creches locais e expandir a instalação de painéis fotovoltaicos.
Ryyan Alshebl é, ainda segundo o The Guardian, o primeiro dos cerca de 430 mil refugiados sírios que solicitaram asilo na Alemanha, entre 2015 e 2016, a ser eleito para um cargo superior no país.
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