De acordo com o Relatório Trimestral de Desempenho do SEE de Cabo Verde, entre outubro e dezembro do ano passado o total dos resultados líquidos atingiu 95 milhões de escudos (861 mil euros) negativos, face aos 626 milhões de escudos (5,6 milhões de euros) negativos no período homólogo.

No período em análise, em que a economia do país cresceu 9%, o resultado operacional de todas as empresas cresceu 227%, face ao período homólogo, impulsionado pela eficiência dos gastos na sua relação com o volume de negócios, este que registou uma variação positiva de 15%, fixando-se em 11.683 milhões de escudos (105 milhões de euros).

“A riqueza criada pelo SEE aumentou 48%, atingindo os 2.420 milhões de escudos (21 milhões de euros), com impacto no resultado líquido em +85%”, lê-se num comunicado divulgado pelo Ministério das Finanças, que verificou “melhorias significativas da eficiência”, com aumento de três pontos percentuais na margem operacional e cinco pontos percentuais na margem líquida.

Segundo a mesma fonte, nos últimos três meses do ano passado “a rentabilidade do setor registou melhorias, refletindo o bom desempenho do resultado líquido do período, em comparação com o período homólogo”.

“A nível do risco macro fiscal do SEE (…) evidenciou-se uma moderação do risco, tendo duas empresas apresentado melhorias do seu nível”, constatou o documento oficial.

E se o total das mais de 30 empresas públicas ou participadas em Cabo Verde deram prejuízos no 4.º trimestre, as seis maiores tiveram lucros de 138 milhões de escudos (1,2 milhão de euros).

A ASA (aeroportos), ELECTRA (energia), EMPROFAC (medicamentos), ENAPOR (portos), IFH (imobiliária) e TACV (transportes) fazem parte do grupo das seis maiores empresas que registaram “boa dinâmica” ao nível do resultado operacional, de 512 milhões de escudos (4,6 milhões de euros).

“O resultado líquido passou de 326 milhões de escudos (2,9 milhões de euros) negativos para 138 milhões de escudos positivos, representando um crescimento de 144%, com um peso relativo de 145% na performance do SEE”, lê-se no comunicado.

“A importância e o impacto deste grupo, tornam-se, a cada trimestre, mais significativos, com uma tendência altamente positiva e a representarem 90% do setor”, prosseguiu.

Quatro das seis maiores empresas públicas constam da agenda de passíveis de privatização, alienação parcial, concessão ou parceria público-privada definida pelo Governo, nomeadamente ELECTRA, EMPROFAC, ENAPOR e TACV.

“Os resultados alcançados evidenciam em como poderão ter reflexos positivos na concretização da referida agenda”, perspetivou o Executivo.

Relativamente ao setor terciário, o Ministério das Finanças referiu que a sua performance impactou “positivamente” toda dinâmica verificada no SEE, crescendo 13%, “derivado sobretudo dos estímulos e da dinâmica de recuperação da atividade económica.

Para este desempenho, contribuíram os ramos do alojamento e restauração (+63%), comércio (+21%) e transportes (+34%).

“Na mesma linha, as empresas do setor secundário têm apresentado dinâmicas favoráveis, com destaque para o impulso positivo nos ramos de atividades da eletricidade e água (+22%) e da indústria transformadora (+3%)”, avançou ainda.

Com base nos relatórios trimestrais de 2022, o Governo de Cabo Verde perspetiva uma “melhoria significativa” da performance do SEE em relação a 2021, em que o resultado líquido deverá aumentar 75%.

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By Evelyn

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