São Paulo, Brasil
A onda que se espalhou pelo país, chegou ao Atlético Mineiro.
Torcedores organizados pressionaram o técnico Antonio Mohamed, hoje, na saída do treinamento da Cidade do Galo.
Eles exigiram a vitória amanhã, diante do rival histórico, o Flamengo.
“Tem que ganhar amanhã. Tem de fazer os caras correr, Turco. Eles tem de acordar. Tem de falar com os caras que é ‘sangue no olho’.”
O treinador argentino com seu carro cercado, ouviu pacientemente. Não tinha o que fazer. Não havia um segurança o protegendo.
Mohamed ficou em silêncio, ouvindo as cobranças.
Depois, satisfeitos com a liberdade que encontraram, os torcedores foram pressionar Hulk.
“Se não for na técnica, vai na raça, temos de atropelar. O time está muito individualista”, reclamavam.
Hulk também, sem proteção alguma, ouviu dentro do carro.
Eduardo Sasha, Nathan Silva, Matheus Mendes, Allan, Hulk e Ademir também passaram pelo mesmo constrangimento.
Se os torcedores quisessem, teriam agredido o técnico e os atletas.
Não havia quem os impedisse.
A assessoria e a direção do Atlético Mineiro não se pronunciaram.
Preferiram fazer de conta que nada aconteceu.
A pressão no clube é enorme.
A sexta colocação no Brasileiro, já a sete pontos do Palmeiras, nas 11 primeiras rodadas, incomoda.
Ainda mais com o time de R$ 180 milhões sem vencer uma partida há quatro jogos.
O clima se tornou pior com o sorteio da Copa do Brasil colocando o Flamengo, adversário amanhã no Brasileiro, como o rival do mata-mata.
O alvo dos torcedores é mesmo o argentino Antônio Mohamed.
Seu trabalho também está sendo questionado pela imprensa mineira.
Os atletas tentam proteger o treinador.
Mas as cobranças seguem fortes.
Os dois jogos contra o Flamengo, amanhã, e na quarta-feira, também no Mineirão, podem ter grande importância na sequência ou não do trabalho do treinador.
O clima no Atlético já era tenso.
Com essa cobrança direta dos torcedores, só piorou.
Nem parece que o clube é o atual campeão brasileiro.
E da Copa do Brasil.
E está classificado para as oitavas da Libertadores.
A torcida e os jornalistas mineiros estão decepcionados com a postura instável do time.
Em 11 jogos, marcou 17 gols. Mas sofreu 14.
Quatro vitórias, duas derrotas e seis empates.
Campanha pífia para o elenco milionário que possui.
Renato Gaúcho ganha força nos bastidores.
O que deixa Mohamed ainda mais pressionado