O grupo Veteranos de Guerra da Luta de Libertação da África do Sul, que fez reféns dois ministros e um vice-ministro durante uma ação de protesto no ano passado, exigiu ainda ao Governo do Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês), partido no poder desde 1994, o pagamento de um subsídio de reforma mensal de 15.000 rands (812 euros) para cada um dos seus membros, anunciou o porta-voz Mzukisi Ronyuza.

“Uma das principais exigências são as compensações relativas a um agradecimento [pelo nosso envolvimento], em particular, e em segundo lugar a questão do encarceramento dos nossos camaradas, e a situação em que a maioria deles não consegue aceder ao ambiente socioeconómico do país por causa dos seus antecedentes, por exemplo antecedentes criminais e tudo mais, a natureza das pensões também faz parte das principais exigências veiculadas”, explicou Mzukisi Ronyuza em entrevista ao canal de televisão sul-africano eNCA.

“Sobre a questão das reparações, é uma norma em todos os países em que no país pós-libertação há uma situação em que todos os camaradas que no campo de batalha não puderam desfrutar das suas vidas, não puderam ser seres humanos normais, têm a chance de poder interagir através dos seus próprios governos”, apontou.

O porta-voz dos antigos guerrilheiros sublinhou que não foram abrangidos “nas resoluções da ONU”, acrescentando que “a ONU teve um papel a desempenhar durante esse período”.

“Os nossos próprios movimentos de libertação tiveram um papel a desempenhar durante esse período, compensações foram dadas a várias formações que não faziam parte dos movimentos de libertação naquela época, e por isso o nosso apelo para 4,2 milhões de rands emana disso”, acrescentou.

“Somos 2.176 pessoas, e vamos processar o Governo na Justiça”, vincou Mzukisi Ronyuza.

Nesse sentido, o porta-voz do grupo revelou que o Governo do ANC “ignorou” a implementação de um “acordo de consenso”, acertado em 2020.

“O impasse deriva da falta de clareza sobre os motivos por que o acordo de consenso não foi honrado”, sublinhou.

A luta armada fomentada pela ala militar do ANC, Umkhonto we Sizwe (MK, na sigla em inglês), desde o seu início na década de 1950 até à posse de Nelson Mandela como Presidente sul-africano em 1994, foi a “mais longa insurgência sustentada na história da África do Sul”, segundo o historiador sul-africano Thula Simpson.

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By Evelyn

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